Muito já se disse acerca da vida moderna e da reorganização da família, tema voltado para aspectos psico-sociais e também de direito, em que se descortinam conflitos familiares. Não é demais inferir que tais conflitos são a origem dos maiores dramas sociais, ou seja, toda espécie de discórdia e desajuste familiar resultará em um problema social, com consequências para o Estado e a sociedade.
Não se deve esquecer que a família é a célula básica da sociedade e, por consequência, do Estado. É da família que depende a transmissão dos costumes e das tradições, e é por ela, também, que ocorre a evolução dos costumes, modificando pensares através do sentir.
É na família que ocorrem a apreensão e o assentamento de todos os valores humanos e sociais. A cidadania social será exercida na mesma proporção daquela exercida em família. Ali, ela se cria, se expande e para ali retorna. O que está construído na infância, construído está para toda uma vida. E esses fundamentos é que serão levados por cidadãos de um Estado para a sociedade. Mas uma infância não se constrói sozinha. Agregam-se à construção muitas escolhas buscadas na sociedade, interferência do meio ambiente extrafamiliar, assim como as famílias também sofrem influências de inúmeros fatores. Desse modo, somos produto do contexto social, econômico e político em que vivemos, e em cada momento da história refletimos aquilo no qual estamos inseridos. Sob a roupagem de “família”, todos temos um lugar ou alguém a quem podemos chamar assim, e precisamos lapidar estas relações, porque delas dependem a formação do corpo social. E as alterações jurídicas que sofremos em nossas vidas são nada mais do que reflexos das alterações sociais, com influências axiológicas. O serviço de mediação familiar se insere no contexto da vida social como estabilizador de emoções, possibilitando que a família vá para além das quatro paredes, descobrindo a capacidade de responsabilidade dos entes que a formam.